MARIA SHARAPOVA: Foi excelente estar de volta ao Court Central, considerando que não joguei nenhum torneio de aquecimento. Senti que tinha que estar pronta desde o primeiro ponto. Joguei contra uma adversária que já esteve no top 10. Não teve os melhores resultados este ano. Mas nunca se sabe o que esperar. Tenho a certeza que ela iria chegar ao jogo sem nada a perder. Acho que ela fez um jogo mesmo muito bom, e tive mesmo que intensificar o meu nível de jogo. Acho que fiz um bom trabalho.
Q.Foi tudo Russo uma vez mais. No passado falaste o ténis Russo. Disseste que não há muitas alternativas. Também falaste de outros elementos, a firmeza da cultura, os papéis da Kournikova, Yeltsin, os Olímpicos, se tu ias.
MARIA SHARAPOVA: É um país muito grande, cheio de uma cultura incrivel, e muitos dos bons atletas vieram do país, não apenas do desporto do ténis. Nós somos muito felizardos porque eu acho que os nossos pais é que nos guiaram. Isso encorajou-nos e sacrificou-nos imenso nas nossas carreiras para chegarmos ao ponto em que queremos estar nas nossas carreiras. Acho que temos de lhes agradecer por isso. Porque quando se é novo, está tudo nas mãos deles, desde levarem-nos para os treinos até ao encorajamento nos maus dias. Sim, no inicio foi tudo por causa dos desportos Olímpicos e o hockey, no inicio da minha vida, e ginástica, ginástica rítmica. Agora o ténis é um dos maiores desportos lá.
Q. Obviamente que o teu pai é um homem incrível. Vai para a América, põe-te numa bicicleta para te levar às aulas de ténis. Como é que ele expressa a cultura Russa com essa determinação?
MARIA SHARAPOVA: Eu acho que ele nunca acreditou que não tinha muito. Acho que vir de um sitio onde a quantidade de dinheiro que se tinha não significava exactamente que se era pobre. Nós vivíamos como uma família normal. Eles podiam ter tido um emprego normal e eu podia ter ido para a escola, e eles teriam proporcionado a minha escola e tudo à volta disso. Mas eles sacrificaram a vida deles porque eles viram um talento no meu jogo e foram recomendados por outras pessoas, porque de certeza que não foi a experiência dos meus pais. Era apenas uma actividade de diversão para o meu pai, e a minha mãe não se podia preocupar menos sobre isso. Eles tomaram essa grande decisão de ir para um país onde o ténis era muito mais importante, mais facilidades. É difícil. Mas acho que o impulso dele veio de ele nunca ter pensado que não tinha muito. Apesar de ter sido muito difícil, ele continuou a acreditar que um dia ele iria ter mais, mesmo que se fosse um troféu, mesmo que se fosse mais um dólar, uma vitória sobre outra, sim.
Q. Dentro de ti, tantos anos em L.A, sentes-te mais Russa do que Americana?
MARIA SHARAPOVA: Eu tive sempre a sensação Russa dentro de mim. Houve um ponto na minha carreira onde me perguntaram muitas vezes se eu, vivendo nos Estados Unidos por tanto tempo, deixando o meu país quando era muito nova, porque é que eu nunca tinha escolhido mudar a cidadania. Uma das razões é que no fundo dentro de mim, eu sei onde nasci. Estou orgulhosa disso, das minhas raízes Siberianas, mudar-me para Sochi. Excepto os meus pais, toda a minha família vive lá. Tem tudo a ver com a cultura Russa. Nós falamos Russo. Falo com os meus pais constantemente. Telefono-lhes. Falo com os meus pais em Russo, como comida Russa, tudo isso. Deixo a minha casa, e a maior parte dos meus amigos são estrangeiros, outros Americanos. Falo com os meus treinadores em inglês. É diferente.
Q. Tens falado de como sentes que tudo é mais significativo para ti, agora, depois de voltares de uma lesão. Quão importante é para ti, neste ponto, ganhar outro Grand Slam?
MARIA SHARAPOVA: Claro que é importante. Seria uma conquista magnifica. Mas estou mesmo muito feliz por jogar algo que amo. Não olho para a frente a pensar como seria surpreendente segurar o troféu. Obviamente sinto-me sortuda por ter tido essa sensação antes e saber como é boa essa sensação. É o que te leva ao fundo dentro de ti. Mas também acho que querer tanto uma coisa em que nem se consegue dormir por causa disso, onde é que isso te vai levar? Acho que o tempo te vai dizer e tens apenas que ser paciente e trabalhar o máximo que puderes e dares tudo o que tens, e depois o resto cuidará de si mesmo.
Q. Disseste que falavas Russo, comias comida Russa.
MARIA SHARAPOVA: É uma coisa que eu sinto dentro de mim. Acho que há algo natural nisso e está dentro de mim. Acho que não é uma coisa que se consiga explicar, que se possa por dentro de alguém. Acho que é mais um sentimento do que outra coisa qualquer.