02/04/2011

Q: Tendo em conta a semana que tiveste e com as condições do tempo hoje e ela está a jogar optimamente, quão satisfatória foi a vitória de hoje?
MARIA SHARAPOVA: Sim, estou realmente feliz por estar nas finais novamente. Faltei a este torneio tantos anos. É quase uma sorte estar aqui. Tive um encontro difícil na outra noite e um encontro de 3 sets hoje. Ela tem jogado o melhor ténis da sua carreira e tem derrotado alguns bons jogadores aqui, por isso fiquei muito feliz por estar apta para mudar as coisas depois de ter perdido o 1º set.


Q: Ela disse que uma das coisa que te faz uma campeã é que tu notas uma fraqueza na outra jogadora e basicamente aproveitas-te disso. Ela disse que sentiu que tu notaste que ela estava a hesitar. Podes falar sobre isso?
MS: Bem, para ser honesta, senti que estava a cometer muitos erros no 1º set e não me estava a mexer bem. E especialmente com o vento, não me estava a mexer em direcção à bola e esperar que ela chegasse até mim, e não estava a ser agressiva. O que me fez ganhar muitos encontros da minha carreira é quando as minhas pancadas são profundas. Não estava a fazer isso.
Por isso, primeiro e principalmente eu senti que tinha que começar a fazer isso, a dar pequenos passos para ajustar o meu jogo.Mais do que nada, senti que ela estava cansada, provavelmente das danças que ela tem andado a fazer e tirei proveito disso.

Q: Ela achou que tu irias estar cansada no 3º set depois do longo encontro que tiveste na noite passada. Não pareceu ser assim.
MS: Porque eu não dancei depois do encontro. Não estava cansada.

Q: Claramente que te sentiste fisicamente bem, forte. Dizes que os teus golpes estavam a sair com muita força no 2º e 3º set.
MS: Sim. Acho que é muito importante. Não senti que o estava a fazer no inicio. Acho que não o estava a fazer porque não me estava a mexer bem. Eu sabia que tinha que fazer esse ajuste.

Q: Sentiste que foram os melhores serviços que fizeste? Serviste bem no 2º e 3º set.
MS: Sim, servi. Mas senti que no 1º set não estava a responder nem a servir bem, e isso tirou-lhe a pressão. E mesmo quando ela tinha oportunidades com o segundo serviço, ela estava muito confiante. Não aproveitei isso muito bem.

Q: Dominaste o 2º set. Quando passaste para o 3º set, como é que te sentiste? Sentiste que não havia forma de perderes ou que o encontro ainda podia mudar?
MS: Desejava sentir-me assim. Iria estar muito confiante se me sentisse assim. Mas é complicado, porque tem que perceber que está 1-1. E embora eu tivesse ganho o set por 6-0, ainda senti que tivemos muitos jogos a irem às vantagens, tal como aconteceu no 1º set, Apenas não os ganhei.

Q: Parece que as mulheres Russas dominavam o jogo há cinco anos atrás, e isso mudou recentemente. Podes encontrar a Vera na final. Vai ser emocionante?
MS: Sim, absolutamente. A outra rapariga é da Bielorrúsia também. Todas da mesma região, acho. Mas sim, tivemos muito bons resultados há alguns anos atrás, tal como disseste, por isso seria óptimo jogar contra a Vera. Nós não jogamos uma contra a outra já há algum tempo, por isso, sim, iria ser agradável.

Q: O que significaria vencer este torneio?
MS: Significaria muito. Acho que é o maior torneio depois dos Grand Slams. Tal como eu disse, estou muito feliz por estar na final depois de ter encontros difíceis como os das rondas anteriores.

Q: Estás de volta? Sentes que estás de volta ao top?
MS: Sinto que estou a encontrar a minha forma. Tal como eu disse, eu queria jogar muitos encontros antes de Indian Wells. Senti que ao jogar muitos encontros e mantendo-me saudável, eu poderia sentir-me melhor e a minha forma podia voltar, e o meu ténis também.

Q: Fala-nos do que aconteceu ao teu ombro e o processo de voltar depois da lesão, e talvez porque é que demorou um pouco mais do que aquilo que tu esperavas, e como é que tiveste que ajustar a tua forma para ajudar o teu ombro ?
MS: Hum, não sei o que sabes à cerca disso, mas eu tinha uns rasgões nos tendões, que não eram vistos nos primeiros exames que eu fiz, e continuei a jogar durante um tempo. Piorei depois disso. Apercebemo-nos um bocado tarde e acho que foi por isso que demorou mais tempo do que aquilo que devia.
Tentei recuperar nos primeiros dois meses. Quando essa recuperação não ajudou, tive que passar à cirurgia. Provavelmente demorei seis ou sete meses para voltar ao circuito, depois da cirurgia.

Q: Tiveste que mudar o teu serviço?
MS: Sim, no inicio.

Q: E agora?
MS: Hum, bem, no incio eu tinha um movimento muito mais pequeno. As articulações dos meus ombros estavam muito soltas e também em todo o corpo. É uma das razões pelas quais eu fiquei lesionada.
Por isso tive que mudar. Agora não é tão longo como costumava ser, mas é bastante parecido.

Q: Tu e o Sasha trocam estratégias competitivas sobre os vossos desportos?
MS: Dá-me um exemplo.

Q: Ele teve altos e baixos ao longo dos anos. Todos os atletas têm.
MS: Sim.

Q: Fala sobre certas situações...
MS: Obviamente que ajuda sendo ele um atleta e entende a perspectiva e a mentalidade de ir para os encontros e ser um atleta. É bastante diferente de muitas outras coisas na vida e de carreiras.
Nós temos isso entre nós.

Q: A tua resposta ao serviço hoje foi um fenómeno, e tu também o disseste, mais cedo.
Essa parte sempre foi uma parte forte do teu jogo?
MS: Não achei isso no 1º set, mas acho que esse foi um dos ajustes que eu tive que fazer para o 2º e 3º set, como eu digo, sendo agressiva, começa pela primeira bola que se bate.
Começa com a resposta, porque isso põe algo na mente deles quando vão para a linha. Eles têm que arriscar mais, talvez.
Por isso tenho respondido bastante bem, ao longo deste torneio e é uma das coisas que vai ser imporante na final.

Q: Fala-nos do teu encontro contra a Azarenka.
MS: Hum, ela é muito agressiva, tanto na esquerda como na direita. Vai ser dificil. Perdi contra ela, na última vez que jogamos, em Stanford. Vou tentar mudar algumas coisas se jogar contra ela.