15/03/2011

INDIAN WELLS, Califórnia - Sharapova não pode fazer nada senão acompanhar a crise nuclear no Japão que se desenrola 25 anos depois da explosão de 1986, em Chernobyl.

A três vezes campeã de um Grand Slam e nativa da Rússia vestiu uma T-shirt assinalando o aniversário da explosão na sua conferência de imprensa na Segunda-Feira.

"É uma loucura e é algo para o qual não se pode estar preparado", disse Sharapova sobre a crise Japonesa.
"Acontece, e vêem-se as notícias e os vídeos e é realmente incrível que algo assim possa acontecer no mundo" 

Uma segunda explosão de hidrogénio em três dias abalou o reactor Japonês, na Segunda-Feira as autoridades trabalharam para evitar qualquer libertação catastrófica de radiação na zona do tsunami. O problema começou na semana passada, depois do sismo e do tsunami que acabaram com a energia eléctrica, paralisando os sistemas de refrigeração necessários para manter o combustível nuclear sem que derreta mesmo semanas depois de um reactor se desligar.

Cientistas internacionais disseram que há perigos sérios mas não ao nível da explosão de 1986 em Chernobyl.

A mãe de Sharapova, Yelena, estava grávida da sua única filha quando a central eléctrica de Chernobyl, na Ucrânia explodiu e lançou nuvens radioactivas por cima do Oesta da União Soviética e do Norte da Europa.

O pai de Sharapova, Yuri, e a sua mãe fugiram da cidade de Gomel, na Bielorrússia -- cerca de 128 quilómetros do norte de Chernobyl -- pouco antes de ela nascer em Nyagan, Sibéria. Gomel foi uma das áreas mais afectada pela radiação.

Sharapova já trabalhou como embaixadora das Nações Unidas para chamar a atenção sobre a região de Chernobyl.

"Apesar de que isto já se tenha passado há muito tempo, ainda causa problemas no dia-a-dia de muitas pessoas, especialmente as crianças que ali nasceram e agora estão a ter filhos, acha-se que eles têm algo no corpo que não os deixa viver uma vida normal por causa da poluição," disse ela.

As imagens Japonesas trouxeram tudo de volta para Sharapova que mesmo assim tenta subir no ranking depois de ter sido afastada pelas lesões ao longo dos últimos anos.

"Isto abre os teus olhos, e obviamente põe uma grande perspectiva na tua vida", disse ela sobre o Japão.

"É um país de onde eu tenho muitas e boas memórias. Comecei a jogar lá quando eu era muito jovem e sempre gostei das minhas experiências lá. Por isso ver o que está a acontecer lá, à cultura e às pessoas, é realmente triste".

Fonte ESPN tennis